Saiba como escolher a grama ideal para sua casa
O tipo de ambiente e de uso vai determinar a melhor espécie para ter um gramado bonito, todo verde e de textura uniforme
A grama do vizinho não precisa ser mais atraente que a sua. Um jardim bonito é o desejo de todos que possuem uma área externa disponível na casa e o gramado faz parte da composição junto com as flores, arbustos e árvores. Ele serve como um pano de fundo para integrar a paisagem e, quando todo em textura uniforme, deixa o ambiente mais bonito. A grama pode ganhar até um cantinho em um apartamento. Porém, em ambos os casos é preciso saber escolher o tipo de grama ideal e cuidar bastante dela. O resultado vai ser uma área bastante agradável com um tapete verde e natural.
“O verde sempre valoriza e torna um ambiente mais agradável, tanto que, hoje em dia, as pessoas investem bem mais em jardins e cantinhos verdes”, afirma a arquiteta-paisagista Kássia Torres, do escritório Luiz Vieira Arquitetura de Paisagem. Porém, é importante entender que cada projeto é diferente e que o desejo do cliente é fundamental para direcionar a proposta. “Temos de aproveitar os locais com seus condicionantes para escolher adequadamente a vegetação, seja ela a grama ou outra espécie de planta, pois cada uma tem sua singularidade e desenvolverá melhor se utilizada em melhor situação”, completa.
Quando se pensa em um jardim, a primeira imagem que vem à cabeça é um gramado verde e uniforme. Porém, para ter esse resultado, é preciso analisar alguns fatores importantes. “É necessário ter cuidado na escolha correta da grama, assim como analisar a insolação presente e uso que o gramado terá”, explica Kássia Torres.
Algumas gramas precisam da luz do sol, enquanto outras crescem de forma saudável na sombra. Existem ainda umas que permitem o pisoteio e outras que não podem ser pisadas. Neste último quesito, é importante avaliar se o gramado será apenas decorativo ou se também será usado para receber pessoas, práticas de esportes, para realizações de festas ou simplesmente como um ambiente para deitar e curtir o verde. Tudo isso vai influenciar na escolha do tipo de grama.
“A grama esmeralda (Zoysia japonica) e bermuda (Cynodon dactylon), por exemplo, permitem pisoteio, inclusive são utilizadas em campos de futebol. Mas elas necessitam de sol pleno não suportando sombra. Já a grama São Carlos (Axonopus compressus) permite pisoteio e adequa-se em áreas mais sombreadas. A grama amendoim (Arachis repens) e a grama inglesa (Stenotaphrum secundatum ‘Variegatum’) se adequam ao sol pleno, porém não possibilitam o pisoteio, sendo adequadas só como forração”, aconselha a arquiteta-paisagista.
O uso de grama em apartamentos não é comum, porém, para quem deseja esse tipo de paisagem, é possível adaptar. “Em alguns casos, utiliza-se grama¬s sintéticas nas varandas ou, em caso de varandas com boa insolação, coberturas e teto-jardim há uma técnica chamada Skygarden, que permite a aplicação de grama sobre o piso, sem gerar uma sobrecarga na laje, porém é necessário observar se há impermeabilização e drenagem nessa área, para que a água de rega e chuvas excedentes possam ser escoadas”, acrescenta Kássia. “Esse produto tem diferentes espessuras e a de maior dimensão permite até o plantio de pequenos arbustos. É possível ainda escolher o tipo de grama, quanto a sol ou sombra e pisoteio ou forração”, completa.
Para a arquiteta-paisagista o investimento em um gramado vale a pena, já que ele trará a sensação de ter a natureza próxima e ainda vai deixar a paisagem mais bonita. Porém, para ter um resultado satisfatório, é preciso ter atenção com os cuidados necessários. “A rega deverá ser diária.
Algumas espécies precisarão de poda, enquanto outras, como a grama amendoim e grama inglesa não terão esta necessidade. A adubação regular também é importante e varia de acordo com a espécie e uso do gramado. Um campinho de futebol, por exemplo, necessitará de mais podas e adubações pelo uso mais agressivoe contínuo”, conclui Kássia Torres.