Surpresas pelo caminho
Misturar diferentes tipos de revestimento no piso pode ser a chave para propor movimento e diversidade em circulações e passagens. Cinco projetos vão ajudá-lo a dar o primeiro passo.
Ligação charmosa
Por causa do constante pisoteio e da correria das crianças, a área destinada à grama esmeralda entre a sala de almoço e a edícula vivia desmatada nesta casa no Brooklin Novo, em São Paulo. Para deixar o jardim mais bonito e sempre em ordem, a paisagista Michelle Simoncello, da Officina di Casa, desenhou um caminho a partir da composição de dormentes em zigue-zague, acomodados entre seixos. A primavera, centralizada entre as portas balcão, dá ainda mais charme ao jardim. Ao lado do chuveirão, aparecem o perfil de uma murta, espécie que camufla o muro em um dos lados, e a frondosa amoreira.
Clima temperado
Durante uma reforma, os proprietários desta casa, no Ibirapuera, em São Paulo, resolveram integrar o corredor lateral à sala e trocaram as janelas por portas-balcão. Para deixar o espaço agradável, a dupla Caterina Poli e Sérgio Menon, da Grama e Flor Paisagismo, criou um passeio com cruzetas em placas irregulares, alternadas por pedriscos na cor palha. Por ser uma área sombreada, a espécie eleita para correr ao longo do muro foi a grama-preta. Ela invade, ora ou outra, o caminho, dando movimento à passagem. A jabuticabeira cresce entre as antigas grades de proteção, que foram presas na parede para servir de apoio à ipomeia-rosa. Perto do portão, um pequeno pátio foi delimitado com quartzito São Tomé.
Perigo: cães à solta
A missão do paisagista Odilon Claro, da Anni Verdi, era transformar o corredor lateral em um espaço de contemplação. Pedido fácil de atender, a não ser pelos três cachorros que vivem soltos neste mesmo quintal, no Ibirapuera, em São Paulo. A solução foi criar um caminho contínuo de fulget com recorte sinuoso onde entram os seixos. Eles proporcionam uma barreira natural para que os cães não cheguem à vegetação. Se isso não for suficiente, a grama-amendoim evita transtornos como a troca constante de mudas. Sobre ela, maciços de murta, e, na parede, um painel de columeias traz cor ao jardim.
Percurso sensorial
A moradora mantém um consultório de psicologia nos fundos da residência no Morumbi, em São Paulo, e, por essa razão, ela queria um caminho que causasse sensações. “Um jardim perfumado, colorido e com flores o ano todo era o desejo da cliente”, conta Rose Sano. Para isso, a paisagista usou diversas espécies, entre elas milcores, caládio, jasmim-estrela e nandina com cascas de pínus na base. Uma faixa de musgo separa o jardim do traçado criado com seixos rolados e pisadas de cimento.
DICA
Para evitar que os pedriscos se sujem no contato com a terra, coloque entre eles uma fina camada de areia.
Desenho de pedra
Um problema de escoamento no jardim fazia com que a água da chuva entrasse na sala de jantar desta casa no Morumbi, em São Paulo. Para acabar com o inconveniente, as paisagistas Claudia Diamant e Camila Brito Paula fizeram uso de diferentes níveis no jardim, criando uma escada de pedra granitoide e, na sequência, um caminho de rachão de granito, moldado por grama esmeralda. No fundo, uma jabuticabeira com pacovás e íris. Junto das pedras, um grande flamboyant e moreias brancas. No canto direito, zâmia e triális com cascas de árvore na base.