Ocupação verde: plantas ganham espaço dentro de casa
Uma invasão viva toma conta dos interiores. As plantas se apropriam de áreas antes reservadas para móveis e criam instalações verdejantes no que foi definido como urban jungle. Neste movimento de origem europeia vale exagerar para criar sua selva urbana
Plantas em série
A parede tingida com uma nuance de verde-escuro serviu de base para a composição criada pelo paisagista Odilon Claro, da Anni Verdi, usando cactos e suculentas. “Queria criar uma atmosfera agradável e de bem-estar com plantas de fácil manutenção. Essas espécies pedem poucas regas e se adaptam bem em ambientes internos”, diz. No andar de baixo do carrinho e apoiado na cadeira amarela, asplênio. No cachepô de aço galvanizado, hera. Logo abaixo, dracena no vaso mais alto e, no menor, zamioculca. Os quadros com guaimbês-da-folha-ondulada são da fotógrafa italiana Rosa de Luca, à venda na Anni Verdi.
Volumes verdes
Responsável pela ambientação de plantas e manutenção do jardim da loja Ovo, o engenheiro-agrônomo e paisagista Rodrigo Oliveira se inspirou em uma viagem para decorar este ambiente do showroom. “Ao visitar o museu da Vitra, me surpreendi com o uso de plantas em meio aos produtos da marca. Gostei tanto do resultado que acabei fazendo o mesmo nesta ambientação”, conta ele, que misturou vasos com asplênio, costela-de-adão, renda-portuguesa, fícus-lira, pacová e avenca em meio ao sofá Boiling. Na parede, obra do artista Iran do Espírito Santo.
Ares de mata
Objetos inusitados, garimpados em ferros-velhos e caçambas, ganharam novas funções graças às paisagistas Gabriella Ornaghi e Bianca Vasone, do escritório Gabriella Ornaghi Arquitetura da Paisagem. O armário antigo e as gavetas de ferro, da loja Verniz, receberam avencas, samambaias, ciclantos, costelas-de-adão, jiboias e ripsális. Até as molas de um colchão antigo servem de base para barbas-de-velho. Há ainda vasos com marantamelancia e dracena-sanderiana. “Tivemos o cuidado de escolher plantas tropicais, algumas nativas da Mata Atlântica, que se adaptam às condições de um ambiente interno com claridade. A riqueza de tons de verde, volumes e texturas dá um toque diferente e, de certa maneira, sustentável”, explica Gabriela.
Divisão viva
A viga deixa claro que existia uma parede ali e, apesar de o elemento ter sido retirado durante a reforma orquestrada pelo arquiteto Rogério Gurgel, da RSRG Arquitetos, a separação entre a sala de estar e o home office ainda é bem demarcada. Além da mudança de piso, uma série de plantas ajuda a dividir as duas áreas. Samambaias, ripsális, rabos-de-burro, filodendros, costelas-de-adão, asplênios e pacovás foram reunidos pela paisagista Daniela Ruiz em diferentes modelos de vasos e suportes.
Destaque natural
Com folhas tão brilhantes que parecem até enceradas, a zamioculca chama atenção nesta sala de estar projetada pelo designer Marcelo Rosenbaum e pelo arquiteto Flavio Miranda. Ela foi posicionada logo ao lado dos janelões, junto a samambaias e a uma palmeira-camedórea. A simplicidade dos vasos de barro combina com o tapete de fibra natural criado por uma comunidade de artesãos em Várzea Queimada, no Piauí, e contrasta com a brutalidade da coluna descascada e do piso de cimento queimado.